Review: Mega Man 11, último lançamento da franquia
Demorou bastante, mas a espera valeu: Mega Man 11 é um retorno digno do clássico herói da Capcom. Um jogo que respeita o legado da série ao mesmo tempo em que apresenta novidades e mudanças o bastante para servir de base para novos episódios.
A aventura chega para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC e se apoia em dois grandes pilares para renovar a experiência: gráficos e o sistema Double Gear.
Acompanhe comigo. Desde 1996, com Mega Man 8, que a série não usava o melhor oferecido pela tecnologia contemporânea no visual – os episódios 9e 10 apelaram forte para a nostalgia, retomando o estilo gráfico da era 8-bits, no Nintendinho.
Agora, e pela primeira vez na franquia clássica, o estilo adotado é um colorido 2.5D, com elementos tridimensionais e uma jogabilidade ao tradicional estilo plataforma. A princípio, o impacto é grande, especialmente em relação à movimentação do robozinho azul, mas é só passar alguns minutos com o controle em mãos para ver que o tempo dos pulos, rasteiras e tiros é fácil de assimilar e praticamente idêntico ao de games anteriores.
Os personagens e cenários são muito coloridos e vibrantes, aliados a um design simples e elegante que remete a animes que combina muito bem com Mega Man.
Já a jogabilidade inova ao apresentar o sistema Double Gear. Com o toque de um botão é possível ativar a Speed Gear e fazer tudo se mover mais devagar, facilitando pulos complicados e duelos contra chefes muito rápidos ou que exigem mira mais precisa. Da mesma forma, com o toque de outro botão você aciona a Power Gear, um modo super poderoso, que deixa os tiros de Mega Man mais fortes.
Pessoalmente, senti mais o impacto da Speed Gear, que claramente foi levada em conta no design de várias fases e é aliada poderosa para enfrentar os mais variados – e ágeis – desafios pelo caminho. A Power Gear soa como uma opção para jogadores mais experientes, que buscam terminar as fases o mais rápido possível.
Saber o momento exato de ativar cada poder é um aprendizado valioso que o jogo não entrega fácil. Mega Man 11 honra a série e apresenta um alto nível de dificuldade, com armadilhas muitas vezes até injustas, como espetos e inimigos posicionados estrategicamente para te acertar quando você menos espera… e cair em um buraco, perdendo uma vida com apenas um acerto.
Inclusive, muitos desses picos repentinos de dificuldade parecem colocados para prolongar a curta jornada. Em cerca de cinco a sete horas dá para terminar o jogo, detonando os carismáticos oito robôs chefões e as fases da fortaleza do vilão Dr. Wily. Com parafusos coletados pelas fases é possível adquirir melhorias e itens para ajudar pelo caminho e há também diversas opções de níveis de dificuldade – seja para deixar tudo mais fácil ou apimentar o desafio!
O único aspecto em que sinto que Mega Man ficou devendo em relação ao rico legado de mais de três décadas é na parte sonora. As músicas não são ruins, mas também passam longe, bem longe de serem memoráveis. A dublagem em inglês também é terrível (felizmente dá para mudar para vozes japonesas) e inexplicavelmente não há opção de legendas e menus em português – algo lamentável em um jogo que claramente tem forte apelo ao público mais novinho.
Ainda assim, o saldo é bem positivo, especialmente para uma franquia que parecia morta e enterrada na Capcom. Mega Man 11 consegue trazer de volta tudo o que as aventuras do robozinho têm de mais divertido e simpático e ainda introduz novidades que apontam caminhos empolgantes para o futuro.
Amante de jogos digitais e estudante de Marketing, criei esse site para compartilhar toda a minha experiencia em games com as novas gerações.