Spider-Man: Análise do novo jogo do Homem-Aranha no PS4
Spider-Man foi lançado em setembro e o jogo já é um sucesso, assim como já era esperado. Mas para quem ainda esta na dúvida se vale comprar o novo jogo do Homem-Aranha, temos esse review com informações valiosas sobre o game. Veja mais abaixo!
O amigão da vizinhança!
Desde que foi anunciado, Spider-Man me trouxe uma mescla de ansiedade e pessimismo. O herói é um dos personagens que mais recebeu games ao longo de toda a história, entretanto, poucos são aqueles que honram o compromisso de qualidade. Eu posso garantir que os únicos que me agradaram foram Maximum Carnage (SNES) e Spider-Man The Movie (PC), que por sua vez trouxe uma jogabilidade até então inovadora, mas se perdeu em um jogo repetitivo e problemático.
A nova aposta foi feita, e o tiro foi certeiro. Spider-Man não é apenas o melhor jogo baseado no personagem, como também pode ser facilmente colocado entre um dos melhores títulos baseados em quadrinhos. E muito desse mérito parte de um dos quesitos mais delicados: o seu enredo.
O jogo se propõe a apresentar um Homem-Aranha já experiente. Sendo assim, nada de acompanhar a surgimento do personagem, ou seus primeiros passos no combate ao crime. Tudo já começa em uma proposta de que sobra experiência de vida ao herói, com frequentes diálogos em que o mesmo detalha batalhas passadas ou até mesmo problemas no antigo relacionamento com Mary Jane.
Há espaço não apenas para vilões antigos darem as caras, como Escorpião, Electro e Rino. Como também ao inimigo principal do game: Senhor Negativo, cujo alter ego maligno e impiedoso comanda um grupo inimigo intitulado: Demônios. E a forma com que são inseridos na contexto merece elogios, pois não há famigeradas desculpas para suas inclusões, mas sim uma trama completamente interligada que une todas as pontas da história.
E quando tudo já caia no agradado, o enredo traz uma reviravolta incrível. Acreditem, eu já imaginava me encaminhar para o final do game e tive a grata surpresa de que tudo estava apenas começando. Claro que, por motivos de spoilers, não posso me aprofundar no assunto, mas ser surpreendido desta forma foi uma das melhores experiências com Spider-Man.
E se você é um fã antigo do personagem, há um elemento a mais. Durante toda a trama, Spider-Man faz menções a eventos que não são mostrados no game. Eles ocorreram em universos do herói nos quadrinhos, ou até mesmo em alguma cena dos filmes, como no momento em que um vilão está de cabeça para baixo em uma escada e Homem-Aranha diz: “devemos nos beijar agora?” – uma clara referência a famosa cena com Mary Jane no primeiro longa do herói.
Percorrendo Nova Iorque
Para criar uma ambientação perfeita, toda a cidade de Nova Iorque foi reproduzida de uma forma bem fiel no jogo. Embora muitos prédios tenham sido substituídos por motivos claros de licenciamento, praticamente todos seus inúmeros pontos turístico foram inseridos no game. Nunca antes um jogo se propôs a ir tão afundo e trouxe uma simulação tão real como em Spider-Man.
E mais do que observar tudo isso, é atrativo demais desfrutar de todo esse trabalho “voando” pelas ruas e becos graças aos poderes de Spider-Man, já que não há uma característica tão diferenciada do personagem do que seus famosos saltos acrobáticos pendurados em teias sintéticas.
O que mais chama atenção nela é a rigidez em relação ao realismo com que o herói se locomove. Se em outros games do Homem-Aranha incomodava muito o fato de suas teias se agarrarem em plataformas inexistentes, nesse título há uma rigorosidade em mostrar ao jogador que há sim um elemento de apoio. Isso fica bem nítido em áreas mais abertas, onde o personagem acaba caindo facilmente já que não há uma base para posicionar sua teia.
Também chama atenção a reprodução dos movimentos do personagem no jogo. Durante os testes, fiquei impressionado pela variedade de posicionamentos do herói na hora de se deslocar entre as plataformas. Além das acrobacias aéreas, o que mais achei curioso foi uma postura meio inclinada em uma rampa no topo de um prédio. O personagem fazia uma base para evitar um escorregão, o que de certa forma surtiu efeito, já que diante da cena, fui até mais cuidadoso com sua movimentação.
Sistema de combates
O sistema de combates é de longe a galinha dos ovos de ouro do game. Desde seu primeiro anúncio, não faltaram vídeos expondo o que prometia ser uma mecânica eficiente, diversificada e, até certo ponto, revolucionária. Concordo com os dois primeiros pontos, já que esse mesmo sistema lembra (muito) o que foi adotado em Batman: Arkham Asylum e, posteriormente, implementado em diversos games da geração atual.
Spider-Man conta com um leque enorme de combinações de movimentos. Desde simples “quadrado+quadrado+triângulo”, até golpes mais complexos que exigem um tempo de resposta por parte do jogador. A mecânica consegue sim ser inovadora nesse ponto. E graças também a um sistema de evolução de habilidades, o jogo traz um combate diversificado e que permite ao jogador ter amplas opções para derrotar seus oponentes.
Essas habilidades podem ser conquistadas através de uma árvores de evolução ou pelos famosos trajes do herói. A medida com que você cumpre seus objetivos principais e realiza determinadas missões secundárias, seus prêmios vem na forma de Pontos de Experiências, que por sua vez podem ser usadas para desbloquear novos movimentos.
Já com os trajes, cada um deles possui características diferentes. Alguns, mais comuns, permitem que Spider-Man nocauteie inimigos, ou que prenda-os em uma enorme bolha de teia. Já outros, mais exóticos, trazem elementos a mais nos combates, como a criação de “clones” do heróis, ou até mesmo um solo de guitarra que atordoa todos os oponentes ao seu redor.
Sorrateiro como uma aranha!
Engana-se quem acha que combates frenéticos compõe praticamente todo o jogo. Em Spider-Man, há muito espaço para um outro tipo de jogabilidade: o modo furtivo. Ele faz com que você seja cauteloso o suficiente para realizar missões sem chamar a atenção de seus oponentes.
Para isso, o herói conta com algumas habilidades especiais, desde finalizações furtivas, até métodos que distraem seus inimigos. E esse tipo de atividade pode ser implementada em boa parte das suas tarefas no jogo, sendo assim, caso você não queria optar pelo combate direto, há quase sempre a opção de agir de uma forma sorrateira.
E quando não é Spider-Man que age dessa forma, cabe a Mary Jane a árdua missão. Sim, o jogo permite que você controle a personagem em diversos momentos, sempre agindo de uma forma investigativa, onde aí sim há uma obrigatoriedade de se cumprir as tarefas de uma forma totalmente furtiva.
Missões secundárias ampliam a diversão e agregam experiência
Assim como todo jogo de mundo aberto, Spider-Man traz um leque amplo de missões secundárias. Elas são fundamentais não apenas para render mais Pontos de Experiência ou itens colecionáveis, mas também para complementar a história.
A medida com que você avança no enredo, surgem essas novas tarefas na trama. Elas podem ser missões complexas de eliminar uma base de inimigos, como também atividades curiosas de recolher pombos espalhados pelo mapa. Tudo unindo uma boa dose de humor e sem perder qualquer tipo de coerência com a história original do personagem dos quadrinhos.
Também preciso dizer o quanto fico feliz em não ver um game desse tipo com um modo multiplayer. Por mais que seja divertido jogar com amigos online, há determinados games cuja essa finalidade é forçada de uma forma que chega a não fazer sentido. Pelo menos, em Spider-Man, nos livramos de uma maldição que assola a atual geração de consoles.
Visual impressiona mesmo com pequenos deslizes
Como citado mais acima, a ambientação de Spider-Man é fantástica. Mas não apenas pela fidelidade em reproduzir a cidade de Nova Iorque, mas também pela qualidade visual com que ela foi construída no jogo. O carinho com que cada detalhe foi pensado e colocado no game é de impressionar.
A qualidade visual também se espalha nos principais astros do game: os personagens. Spider-Man traz um visual bem detalhado em cada um dos trajes que ele veste, assim como os coadjuvantes da trama que trazem feições realistas e expressões faciais bem convincente. Tudo isso graças a um excelente trabalho de captação de movimentos em cima de atores reais, que na prática pode parecer simples, mas requer um cuidado e um trabalho gigantesco.
Os vilões também bebem dessa fonte. Não só na forma com que seus personagens são reproduzidos, mas também em características individuais. A movimentação atabalhoada de Rhino, o voo rasante de Abrutre e a levitação por carga elétrica de Electro são só alguns exemplos de como o universo de Spider-Man foi bem posto em um game quase impecável no quesito visual.
Quase porque há sim alguns problemas a serem destacadas. O que mais incomoda é sobre a própria cidade de Manhatam. Embora seja muito bem replicada no jogo, durante a exploração é possível notar alguma demora para que estruturas sejam carregadas.
Para ser mais preciso, muitos prédios trazem uma simplicidade enorme quando vistos de longe, passando a sensação de grandes caixas de papelão. Somente quando o personagem se aproxima bastante que os mesmo começam a ser mais detalhados. Embora comum em muitos jogos desse gênero, ainda sim é um tanto estranho ver um horizonte tão estranho confuso.
Dublagem convincente e trilha sonora que embala
Spider-Man chega ao Brasil totalmente localizado. Não apenas de legendas e menus totalmente em português, mas também toda a dublagem do game. E a mesma não decepciona e traz um trabalho de qualidade que mesmo jogadores mais ranzinzas que sempre preferem o áudio original, irão reconhecer e aplaudir o que foi feito.
Em relação a trilha sonora, o game é embalado a todo momento por músicas que ampliam a ambientação do jogo. Achei que o instrumental lembra muito o que é apresentado nos filmes da Marvel nos cinema, o que ajuda a imergir ainda mais o jogador na trama.
Repetitivo? Talvez…
Assim como todo jogo, Spider-Man conta sim com alguns problemas pontuais. O principal deles pela forma com que boa parte das missões são inseridas no game. Independente do momento da trama, basicamente todas elas levam a um mesmo desfecho: um combate contra uma horda de inimigos.
Isso pode se tornar algo bem desgastante de acordo com a forma com que você encara essas atividades. Eu, por exemplo, procurei mesclar algumas atividades secundárias, como fotografias de pontos turísticos ou missões de pesquisas, com as missões principais. Isso fez com que quebrasse um pouco o ritmo quase sempre igual, mudando apenas a dificuldade das batalhas e a quantidade de oponentes.
Por mais que a mecânica de combate seja agradável e o leque de movimentos faça com que não caia em uma mesmice, ainda sim é desgastante encarar tantas atividades similares. Ainda mais em um game que passa facilmente das 20 horas de duração.
Conclusão
Spider-Man é um título que supera as expectativas e chega não apenas como um dos melhores jogos de heróis, mas como um forte candidato a game do ano. Apostando em um mundo aberto repleto de referências ao universo do personagem nos quadrinhos, e uma jogabilidade que cai como uma luva para o herói, o game se une a títulos como God of War e Uncharted se tornando um grande motivo para se ter um PS4, além de ser obrigatório para os fãs do amigão da vizinhança.
Fonte: Techtudo
Amante de jogos digitais e estudante de Marketing, criei esse site para compartilhar toda a minha experiencia em games com as novas gerações.