The Last of US: Saiba tudo sobre a história do jogo exclusivo da Sony

The Last of US: Saiba tudo sobre a história do jogo exclusivo da Sony

Enredo – História de The Last of US

Um surto de uma mutação do fungo Cordyceps arrasa os Estados Unidos em setembro de 2013, transformando seus hospedeiros humanos em monstros canibalísticos chamados de Infectados. Joel foge do caos dos subúrbios de Austin, Texas, junto com seu irmão Tommy e sua filha Sarah. Esta acaba baleada por um soldado durante a fuga e morre nos braços do pai. A maior parte da civilização humana acaba destruída nos vinte anos seguintes. Sobreviventes vivem em zonas de quarentena altamente policiadas, em assentamentos independentes e em grupos nômades. Joel passa a trabalhar como contrabandista junto com sua parceira Tess na zona de quarentena de Boston, Massachusetts. Eles caçam Robert, um comerciante do mercado negro, a fim de recuperar um carregamento de armas. Robert é morto por Tess, porém antes revela ter trocado as armas com os Vaga-Lumes, uma milícia rebelde que se opõe às autoridades da zona de quarentena.

Marlene, a líder dos Vaga-Lumes, promete dobrar as provisões em troca dos dois levarem a garota adolescente Ellie para os Vaga-Lumes escondidos dentro do capitólio de Boston fora da zona de quarentena. Joel, Tess e Ellie escapam durante a noite, porém descobrem que a menina está infectada depois de serem revistados por uma patrulha. Uma infecção completa costuma ocorrer dentro de dois dias, porém Ellie afirma ter sido infectada três semanas antes e que a sua imunidade pode levar a uma cura. O trio consegue chegar em seu destino após enfrentarem hordas de Infectados; porém, descobrem que os agentes Vaga-Lumes foram assassinados. Tess revela que foi mordida e infectada, acreditando na importância de Ellie e se sacrificando a fim de garantir que Joel e a garota possam escapar. Ele decide encontrar Tommy, um ex-Vaga-Lume, na esperança de poder localizar os membros restantes da milícia. Os dois conseguem adquirir um veículo com o auxílio de Bill, um contrabandista conhecido de Joel. Eles dirigem até Pittsburgh, Pensilvânia, porém são emboscados por bandidos. Joel e Ellie acabam se aliando com os irmãos Henry e Sam; este acaba mordido durante a fuga da cidade, porém esconde a verdade dos restantes. A infecção toma conta de Sam e ele ataca Ellie, porém Henry o mata e em seguida comete suicídio.

Joel e Ellie conseguem encontrar Tommy em Jackson, Wyoming, onde ele montou um assentamento fortificado perto de uma usina hidroelétrica. Joel contempla deixar Ellie com o irmão, porém ela o confronta sobre Sarah e ambos decidem permanecer juntos. Tommy os direciona para a Universidade do Leste do Colorado. Os dois encontram a universidade abandonada, porém descobrem que os Vaga-Lumes mudaram-se para um hospital de Salt Lake City, Utah. Eles são atacados por bandidos e Joel acaba seriamente ferido. A dupla se abriga nas montanhas durante o inverno. Joel fica à beira da morte e depende dos cuidados de Ellie. Ela caça por comida, conhecendo David e James, catadores dispostos a trocar comida por medicamentos; o primeiro revela que os bandidos da universidade faziam parte de seu grupo. Ellie consegue afastar o grupo de David para longe de Joel, mas é capturada e David tenta recrutá-la para dentro de sua seita canibal. Ela mata James e escapa, porém David a prende dentro de um restaurante em chamas. Enquanto isso, Joel recupera-se dos ferimentos e parte à procura de Ellie. Ele alcança a menina enquanto esta mata David, com os dois partindo em seguida.

Joel e Ellie chegam em Salt Lake City e são capturados pelosa Vaga-Lumes e levados para o hospital. Marlene revela a Joel que Ellie está sendo preparada para uma cirurgia: os médicos precisam remover a parte infectada do cérebro dela na esperança de poder produzir uma vacina para a infecção, porém esse procedimento irá matá-la. Joel, não disposto a deixar Ellie morrer, mata todos até alcançar a sala de cirurgia e levar a menina inconsciente até a garagem, onde é confrontado por Marlene, quem ele mata com o objetivo de impedir que os Vaga-Lumes os persigam. Joel mente para Ellie afirmando que os Vaga-Lumes já tinham encontrado muitas outras pessoas imunes, porém foram incapazes de chegar em uma cura e assim pararam de tentar. Os dois chegam no lado de fora do assentamento de Tommy. Ellie revela que estava junto com sua melhor amiga no momento em que foi infectada, expressando culpa por ter sobrevivido. Joel, seguindo o pedido da menina, jura que sua história sobre os Vaga-Lumes era verdadeira.

Desenvolvimento

Straley (esquerda) e Druckmann (direita) foram escolhidos respectivamente como diretor de jogo e diretor de criação de The Last of Us.

Os trabalhos preliminares de The Last of Us, sob o codinome “Project Thing” ou “T1”, começaram após o lançamento de Uncharted 2: Among Thieves em outubro de 2009. Pela primeira vez a companhia Naughty Dog foi dividida em duas equipes com o objetivo de trabalharem em dois projetos simultaneamente; enquanto uma desenvolvia Uncharted 3: Drake’s Deception, a outra iniciou os trabalhos em The Last of Us. Os co-presidentes Evan Wells e Christophe Balestra escolheram o diretor de jogo Bruce Straley e o diretor de criação Neil Druckmann para liderarem o desenvolvimento de The Last of Us a fim dos dois projetos ocorrerem da melhor forma possível. Straley trabalhava na Naughy Dog desde março de 1999 e foi selecionado para comandar o projeto baseado em sua experiência e trabalhos em jogos anteriores, enquanto Druckmann era empregado desde 2004 e foi escolhido por sua determinação e talento para desenho.

Narrativa

Druckmann estava estudando na Universidade Carnegie Mellon em 2004 quando foi encarregado de criar um jogo eletrônico conceito a ser apresentado para o diretor de cinema George A. Romero, que selecionaria um vencedor dentro de uma competição especial. Sua ideia era fundir a jogabilidade de Ico com uma história que se passasse em um mundo tomado por um apocalipse zumbi, como no filme Night of the Living Deadde Romero, tendo um protagonista semelhante a John Hartigan dos quadrinhos Sin City. O personagem principal seria um policial encarregado de proteger uma menina; entretanto, o jogador frequentemente trocaria de papéis e assumiria o controle da garota devido aos problemas cardíacos do protagonista. Apesar da ideia não ter vencido, Druckmann posteriormente a desenvolveu mais na criação da história de The Last of Us. Uma das ideias iniciais para o jogo tinha que a infecção apenas se espalhava entre as mulheres, porém a equipe considerou que isso seria muito misógino.

O jogo explora o conceito de uma infecção humana causada pelo fungo Cordyceps, que infecta principalmente insetos ao tomar controle de suas funções motoras e forcá-los a cultivar o fungo.

Os Infectados, um dos conceitos principais de The Last of Us, foram inspirados por um segmento do documentário televisivo sobre natureza Planet Earth, em que eram mostrados os fungos Cordyceps. Apesar dele afetar principalmente insetos, assumindo o controle de suas funções motoras e forçando-os a cultivar o fungo, o jogo explora o conceito do Cordyceps evoluir e passar a infectar humanos, além dos resultados diretos de um surto dessa infecção. O jogo não explica a causa da doença; Straley afirmou que isso se deu porque o foco da equipe era nos personagens e não na doença em si. Eles preferiram explicar os eventos através do subtexto em vez de explicitamente explicar a causa da infecção. Straley comparou o subtexto incluído em The Last of Us com aquele em BioShock Infinite. Ele achou que o segundo gerou várias conversas dentro da indústria, algo que o diretor vê como a maturação dos jogos: “Eu já vi muitas histórias boas em filmes e livros. Agora quero vê-las nos jogos eletrônicos”. A equipe utilizou o conceito dos Infectados para forçar os jogadores a explorarem os limites da perseverança humana. Durante toda a produção os desenvolvedores de The Last of Us afirmaram que os Infectados eram muito diferentes de zumbis.

A equipe realizou grandes pesquisas sobre o cenário, inclusive lendo o livro The World Without Us de Alan Weisman, a fim que o jogo fosse o mais realista possível, criando um mundo que forçaria os jogadores a tomarem decisões e usar efetivamente seus suprimentos limitados. Druckmann em sua pesquisa inspirou-se em eventos históricos reais: a epidemia de gripe espanhola de 1918 ilustrou a profundidade da auto-preservação e paranoia que os humanos são capazes de alcançar sob a ameaça de extinção, enquanto a epidemia de poliomelite da década de 1880 demonstrou as influências das classes socioeconômicas no direcionamento da culpa no evento de um grande desastre. Druckmann e Straley particularmente citaram como inspiração para a história a “mentalidade perfeccionista” de Amy Hennig e sua dedicação aos personagens; Hennig trabalhou como roteirista chefe e diretora criativa dos primeiros três jogos da série Uncharted. A equipe também se inspirou no filme Gravity em termos de simplicidade e intensidade.

Druckmann tentou excluir “diálogos rebuscados” ao escrever o roteiro, mantendo tudo “curto e natural”. O estrategista comunitário Eric Monacelli comentou que os temas abrangentes da história eram “amor, lealdade e redenção” e garantiu suas importâncias dentro do contexto do jogo, com o colega estrategista comunitário Arne Meyer dizendo que a violência era algo que se encaixava na narrativa. Straley reiterou as informações, falando que “você precisa ter a escuridão para ter a luz”. O projetista Anthony Newman afirmou que The Last of Us lida sobre como as pessoas reagem sob pressão em situações extremas, algo representado por meio da violência e combate. A equipe se interessou nos temas sombrios da história justapostos com seus cenários visualmente “bonitos”.

O tema “a vida continua” está presente regularmente no decorrer do jogo, geralmente ilustrado pelo uso da natureza e ambiente. Nesta cena, Joel e Ellie descobrem um grupo de girafas, que são vistas pelos personagens como um pequeno sinal de esperança.

Um grande tema presente no decorrer do jogo é que “a vida continua”. Uma cena perto do final em que Joel e Ellie descobrem um grupo de girafas foi referenciada por jornalistas como a epítome desse tema. O artista conceitual John Sweeney escreveu que a cena foi projetada para “reascender o desejo de viver [de Ellie]”, instigando sua curiosidade e esquecendo a luta e morte ao redor. Ele explicou que originalmente eram zebras, porém estas foram substituídas por girafas devido sua gentileza e elegância, afirmando que os animais eram “a coisa mais marcante que Ellie possivelmente poderia encontrar”. Druckmann achou que a sequência “funciona devido todas as coisas horríveis” encontradas anteriormente. Lucy O’Brien da IGN comentou que a cena atua como um lembrante da idade da personagem, mesmo ela nunca tendo tido uma infância comum, enquanto Kirk Hamilton do Kotaku sentiu que a cena trazia esperança para Ellie, que claramente estava sofrendo de estresse pós-traumático depois de seu encontro com David.

A equipe desejava que o final ficasse aberto a interpretações. Straley afirmou que não era “seu final típico, mas ainda assim uma boa resolução”. Tanto ele quanto Druckmann falaram de sua frustração quando jogadores lhes disseram que queriam uma escolha no final do jogo; Straley também disse que a maioria desses jogadores afirmaram que teriam mesmo assim escolhido o final que a história apresentou. A equipe pensou em um final no início do desenvolvimento em que Ellie seria forçada a matar alguém para poder salvar Joel; esta foi descartada pois a equipe sentiu que não se encaixava nos arcos dos personagens. Druckmann manteve o final apesar de muitos jogadores teste o terem detestado e sugerido métodos alternativos; os testadores começaram a gostar mais do encerramento quando a música e jogabilidade ficaram próximas da finalização. Dean Takahashi da VentureBeat discutiu o final e referenciou a citação “Quem salva uma vida salva todo o mundo” do filme Schindler’s List, destacando sua imprecisão no caso de The Last of Us: “Você salva uma vida e condena todo o mundo”.

Personagens